ESTRAMBÓTICA ENCOMENDA I
“Na Esquadra da Pontinha”
É para esta esquadra que a Encomenda vem! –
Um porta-documentos, mais algo que tal,
Desde a Cidade-berço até à capital –
Para ser recebido aqui, como convém…
Encomenda extraviada? - Como é natural
E denunciada a seu tempo, e… tudo bem!
Resta saber se a autoridade competência tem
Para que aquela chegue ao seu alvo final.
Em Guimarães a dita Encomenda ressurgiu
E foi logo declarada ao seu destinatário!
Até aqui, ademais, nada de extraordinário
Mas o pior – reles tradição! – se anteviu:
O seu trânsito interno, sem justa explicação,
Terá de comportar etapas de ceca em meca
Até que, finalmente, ao jeito do diabo da breca,
Chegue ao porto de abrigo da encomendação…
Já lá vai uma semana e, oh, quem o desvenda?
Demorará aí, quem sabe, mais alguns dias!
Que bela Farsa – e travestida de ironias –
Está passando a famigerada Encomenda!
Mas se esta estória é Farsa que virou dilema
Que podemos concluir da saga que aconteceu?
Diremos como o “outro”: ah… e o burro sou eu!
Triste fadário o nosso… ´strambótico sistema!
Da Cidade-Berço até ao centro da Pontinha –
Pouco mais de trezentos quilómetros serão –
Mas, com todas aquelas voltinhas do Marão,
Antes viesse no “Alfa”, qu´ era o que convinha!
Frassino Machado
In ODIRONIAS