A obra (da) prima
E lá estava a bela escultura:
Roliça, em espiral, bem acabada.
A ponta, levemente afinada,
Reduzia, a um quinto, a grossura.
O criador ergueu a criatura,
Sob o azul do céu do meio dia,
E deu um codinome à sua cria:
"Erguida por um ato de bravura".
Um crítico de arte viu a obra
E disse: "há talento aqui de sobra,
Há sentimento, arte e poesia"...
Então, vaguei o mundo atrás de rima,
Até saber, enfim, que a "obra prima"
Era o cocô da filha da titia.