A reclamona
Era uma noite de encontro no Rio de Janeiro
A gente tinha se encontrado no terminal rodoviário
Para mim foi algo extraordinário
Era uma noite fria e chuvosa
Mas não me importava,pois,ela era formosa
A gente tinha combinado de dormirmos juntos
E foi bom, o tempo frio,com nossos corpos,transformou-se em calor
E também com a nossa conversa dos mais variados assuntos
Foi só quando, durante o nosso sexo
Começou da parte dela algo desconexo
Era reclamação
Daqui e dali
Num motel no bairro de São Cristóvão
Enquanto,numa árvore cantava o bem-te-vi
A gente ficava a se beijar
E ela reclamava que doía seu maxilar
Eu por cima dela,ficava
E que doía suas pernas,também ela reclamava
O barulho que a cama fazia
Também era motivo de sua queixa
Naquele dia
Que ela não se desleixa
O chuveiro que ora saía água escaldante
Ou fria demais
Também era motivo para reclamar que não me trazia paz
Num só instante
Enquanto, eu tinha ido viajar para outro estado
E todos me achando que eu era um demente
Mas para mim,isso não era pecado
O que era chato era ouvir a situação de gemeção
Dos outros hóspedes transando no quarto ao lado
Aquele tinha sido um motel caro e que não valia o valor cobrado
E que não tinha sido muito bom o lugar
Porém, por outro lado,valeu a pena
Somente por eu estar
Junto com minha amada
Que veio me encontrar na rodoviária de madrugada
Correndo risco de ser assaltada
Principalmente no Rio de Janeiro
Onde,o perigo acontece o tempo inteiro
Tudo isso me aconteceu foi desse jeito
Foi assim
Com seus queixumes
Sem fim
Apesar de seus perfumes
Naquele certo momento
De minha vida que eu peguei a antecipação
Do meu pagamento
Para que eu pudesse ouvir dela só reclamação.
Autor: Wilhans Lima Mickosz