O medo é o pai da crença. Olavo Bilac
Fé de menos
Quando o dia dos pais se avizinha,
Me ponho a refletir, dia após dia,
Se, quando eu fui pai, eu já sabia,
Que a criação de Deus não era minha.
Não sei, sinceramente, donde vinha
As coisas que eu pensava e que dizia,
Até, que pela a mão da poesia,
Consegui preencher a entrelinha.
Ao ver que sou poeta de nascença,
Entendi que o medo é pai da crença,
E a crença se faz de mãe da fé.
Quem sabe algum medroso me convença
Da mentira, que muita gente pensa,
Que a monhanha foi a Maomé.