ÊSSI TAR DE VÍRU CARONA - Luiz Poeta Luiz Gilberto de Barros.
ESSE TAR DE VÍRU CARONA -! Luiz Poeta Rio de Janeiro Brasil.
Sabe, dotô, no meu radim, ouvi que os rico
Trocero uns víru orientá nos avião...
Fiquei pensano... ? Se rico nem tem pinico,
Cumé que pode transmití infecção?
Aqui nos bréju ôndi eu móro, só tem mátu,
Tem carrapato, pênislongu i muriçoca,
As bactéra dão nas sola dos sapátu,
Inté pareci caramuju com minhoca.
Pelo que seio, quem viru o carona víru,
Só viru mermo nas lente dos microscópo!
Eu discordei e arguns boboca Inté se riru...
... trenáro tíro nas garrafa e Inté nos cópo.
Dissero mermu que garrucha é que é bão
Pra exterminá esses bichim qui vem de fora
Na minha roça tenho Inté o meu facão
E um canhão que, pode crê, ele é da hora!
Tenho um bodoque e uma véia atiradera,
E as espingarda: cano grande e cano curto,
Dessas que assusta Inté uma cidade inteira,
E põe pra corrê o que os jorná chama de surto.
Se um desses víru aparecê, nós taca fôgo!
Damo foiçada, inchadada e Inté sortamo
As jararaca, as cascavé, mudamo o jogo...
Sai, víru brabo.!!!... nós só tamo te avisano!
O que nós têm modi cumê é o que nós pranta,
Fazemo janta com jiló e canjiquinha,
Côvi, arfáci com quiábu, a fome é tanta,
Que inté cumêmo gambá, cobra e Inté rolinha.
Fui na tendinha pra comprá uma marvada,
Porque o estoque já tava lá pro finá,
I maginei, se o arco-ôl num mata nada,
Pinga da boa destrói êsses marginá.
Sabe, dotô, fartava tudo: Inté fejão,
Nem a cachaça encontrei lá na vendinha,
Vortei pra casa, já que aqui nesse sertão,
Cauim do bão é que é a nossa cervejinha.
Fiz uma máscra cum fôia de inhame,
Pra invitá a tá da contaminação,
E contratei umas abeia, um grande inchame!
Pra exterminá vírus chinês e do Japão.
Minhas furmiga e meus cupim,
vão dá dentada
Nessa cambada virulenta que chegô,
Minhas lacraia, minhas vespa alucinada
E Inté o veneno que um pajé já me emprestô.
É, seu dotô, já cumeçô os feiquiniu!
Já tão dizendo que os pobre vão morrê tudu!
Mas si os pobre já morre por farta di studu,
Que tar mandar a TV pra... que pariu?
... ah, si isqueci... só novela pódi xingá...
Mi adiscurpa! Data vena, biguibródi!
Cê qué sabê? Eu vô morrê é de dançá!
Vai, sanfonêro, sorta logo esse pagódi!!!
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Luiz Poeta - às 19h e 32min do dia 25 de março de 2020 do Rio de Janeiro - Brasil - Sátira ao Corona Vírus no dialeto caipira.