A revanche do pernilongo
A revanche do pernilongo (José Carlos de Bom Sucesso – Academia Lavrense de Letras)
Hoje, ao cair da tarde,
Sem muito alarde,
Cometi uma baita sacanagem
Sem estar dentro da garagem.
Borrifei álcool em um pernilongo
Que zunindo fez um voo longo.
Eu, atrás, álcool borrifando,
E o bicho voando.
Dava peitadas nas paredes
Mostrando-me os poderes.
Plumou-se no canto do guarda roupa
Quis se esconder perto da estopa.
Assim, pegou a corrente e asas bateu
Que de mim estremeceu.
Fui descansar na cama quente
Logo em mim bateu uma corrente...
Adivinhe quem apareceu
E logo meus braços mordeu.
A picada foi tão forte,
Que parecia com a morte.
Ele me picou várias vezes
Que duraria vários meses.
Não pude nada fazer
A não ser correr.