Zé Pechincha Picuinha
I- Dos "Zés" que aconteceram
Os zes que antecederam
Aos zes que já se tinha
Uns sumiram outros morreram
Outros se atropelaram
E os zes que sucederam
Aos que desapareceram...
... Pra a cada Zé outro vinha!
Zé do mal e Zé do bem
Zé Maria e Zé do mato
Zé Mané e Zé ninguém
Zé furiba e Zé macaco
Zé de Rita e de Caindinha
Zé Cícero Bartolomeu
Zé nascido e Zé morreu!
Até que apareceu...
..."Zé" pechincha picuínha!
II- "Zé pechincha picuínha"
Não assim se apresentou
Com a astúcia que tinha
Não ia se descuidar
Meio filósofo, professor
De pontaria singular
Mas de munição mesquinha
Achou de se apresentar
Com a panca de "doutor"
Era tudo que queria
E assim se apresentou
Como o "doutor" simpatia
Se danou a pesquisar
A beber e degustar
Em toda casa que ia
Nunca, nunca ele era fraco
A pexte pra dar pitaco
Com sua pechincharia
III- Zé pechincha noite e dia
Numa pechincharia fêia
Zé pechincha a vida alheia
Com tanta desarmonia
Que a coisa fica preta
Com ele tudo é na caneta
Pechincha e arrelia
Corrimão porta e mureta
Pedra e punga de areia
Panela, fogão, cozinha
Comida carne e caninha
E nada joga na sargeta
Muito pouco se ajeita
Com sua opção mesquinha
Zé pechincha picuínha
IV- No inverno se delicia
Planta aqui planta acolá
Mania de reflorestar
Vários testes plantação
E tantas outras manias
Mas quando chega o verão
Aja água prá gastar
Pra ele o Sol é vilão
Vendo a horta secar
Planta milho fava e feijão
Coentro pra tirar molho
E vai comendo com os olhos
Antes da horta brotar
V- pechincha prá não pagar
Os tempos de quem trabalha
Seu "doutorado" é navalha
Na arte de pechinchar
Só ele sabe de tudo
Com seu jeito de "doutor"
Gosta de orientar
Enquanto isso atrapalha
Muita gente já notou
Que ele gostade cobrar
Só "ajuda" escravizando
Servir livre é coisa rara
Depois passando na cara
Na sede de pechinchar
VI- Pechinchar é sua vida
De Sol nascido a Sol posto
Hora, trabalho, comida
Bagulhos para o composto
Real$, moeda centavo
Pechincha que dar desgosto
Inquieto em pechinchar
Só não pechincha cigarro
Por não gostar de fumar
O pedreiro que for lá
É como pegar encosto
Nunca vai ficar a gosto
O que o pedreiro montar
VII- Pechinchar é sua arte
E ele é de carteirinha
É tudo que ele quer
Se não o fizer tem infarto
Zé pechincha picuínha
É um porta de cozinha
Pechincha com a vizinha
Pelo ovo da galinha
Por açúcar e por café
Por cerveja e cachaçinha
Ele pechincha que só
Por tiara-gosto giló
Ou tanajura e farinha
Zé pechincha picuínha
Não podia ser pió
VIII- Ele Pechincha perguntando
A saber tudo que quer
Vem cobrando e sugerindo
Se intrometendo, fingindo
Fazendo dos outros mané
Sempre, sempre argumentando
Como uma sarna cossando
Começando pelo pé
Perna e virilha todinha
Com os olhos sempre rodando
Picuínha pechinchando
Zé pechincha picuínha
É assim que ele é é é é!!!!
***(Extraído do cotidiano, da vida real)
Joaquim Veríssimo Ferreira Filho