Pornografia poética
Hipócrita, por força do costume,
Se priva de escrever pornografia.
E quando escreve, diz que não sabia
Que merda é sinonímia de estrume.
A hipocrisia, é claro, se resume
em transformar coragem em cagaço,
E à puta que pariu negar o traço,
Que a poesia dá ao vagalume,
Pra adoçar o fel, o azedume...
E extrair, da bosta, algum perfume
Que torne o lirismo obsoleto.
Aos doutos de plantão, o meu recado:
Quem um dia peidou apaixonado,
Tem direito a cagar neste soneto.
Hipócrita, por força do costume,
Se priva de escrever pornografia.
E quando escreve, diz que não sabia
Que merda é sinonímia de estrume.
A hipocrisia, é claro, se resume
em transformar coragem em cagaço,
E à puta que pariu negar o traço,
Que a poesia dá ao vagalume,
Pra adoçar o fel, o azedume...
E extrair, da bosta, algum perfume
Que torne o lirismo obsoleto.
Aos doutos de plantão, o meu recado:
Quem um dia peidou apaixonado,
Tem direito a cagar neste soneto.