ENGANADO PELO DESTINO
ENGANADO PELO DESTINO
Carlos Roberto Martins de Souza
Bolsonaro o nosso chefe de Estado
Depois de idas e vindas ao hospital
Não aguentou, perdeu o rebolado
Perturbado ele teve um ataque fatal
Dessa vez não foi a facada no bucho
Também no foi do tal Adélio maluco
O membro não aguentou o repuxo
O coração ganhou o jogo de "truco"
Tentou trapacear sem ter o zap na mão
Blefou e pagou o preço no jogo da vida
Se deu mal como um bom falastrão
Para o outro lado antecipou a sua ida
Embarcou viajou dessa para melhor
Não sei se para uma outra muito ruim
Em versos eu vou relatar a você o pior
No papel registrar seu doloroso fim
Morreu e chegando o pobre coitado
Arrogante na porta do firmamento
O peste chegou como um belo noiado
O porteiro calmo disse: um momento
Entre na fila tenha calma, cidadão!
Sente ali naquele banco de cimento
Aguarde calado faça aqui sua opção
Pegue o papel assine o requerimento
Meu chapa lembre aqui tem governo
Aqui no além tudo está no seu lugar
Vai presidente assina este seu termo
Aqui está seu futuro, você deve optar
Feito a escolha onde quer passar o dia
Sem pressão você dará sua resposta
Asseguro que depois com democracia
Fazendo você mesmo a sua proposta
Você pode ir para o inferno ou pro céu
A coisa aqui é como o freguês gosta
De túnica de terno você escolhe o trofeu
Aqui você paga caro por sua aposta
Estou aguardando, e então senhor?
Por favor, assine está sua papelada
Por gentileza entre neste elevador
Eu vou descendo por esta escada
Va tranquilo desça com meu assessor
Ele vai te levar prá o inferno conhecer
Lá olhe todos os detalhes por favor
Para depois do passeio voce escolher
E sua última opção onde quer morar
Nós não ninguém, não usamos poder
Aqui na democracia qual seria o lugar
Que o presidente escolherá viver
Aqui neste local, no inferno você já viu
O campo de futebol é todo gramado
Ele não tem buraco nem é coisa vil
Verdinho, é um tapete bem arrumado
Um bicho estranho grande e gentil
Cochichou no ouvido, eu sou o Cão
Aqui o céu não tem cor de anil
Estou aqui para ensinar a sua lição
Muito prazer presidente meu irmão!
No inferno é o visitante quem manda
Por favor pessoal toque outro baião
Ele deu ordens para que a banda
O Tinhoso encaminhou a sua visita
Para mostrar aquela mesa repleta
No salão, uma assistente muito bonita
Havia até uma assessoria completa
Churrasco, cerveja, uísque e salgados
Mulheres charutos bons e cubanos
Dinheiro para os jogos de carteados
E ele foi relembrando seus anos
Lembrou do amigão Ciro Nogueira
Dos escondidos acordos fechados
Sabia que entrará numa fogueira
Onde os favores eram negociados
Encontrou Queiróz e os bons amigos
Aqueles dos tempos áureos de glórias
Zombou fez chacotas de seus inimigos
Riu muito e relembrou as histórias
Bebidas caras não paravam de chegar
No inferno ele parecia um marajá
Jogando cartas e fumando sem parar
Mas era hora de voltar e era prá já
Acabou sua grande visita no inferno
Era preciso conhecer a segunda opção
Ficou grato com o acolhimento paterno
Era o momento de deixar a diversão
E sem delongas, voltaram ao elevador
A Sorte foi lançada, ele voltou a subir
Para então decidir e finalmente propor
Para onde o presidente tinha que ir
No céu o governante vê o cenário de paz
Uma banda de anjinhos tocando lira
São Pedro disse confira meu rapaz
Não volte atrás escolha e não pira
Aquele local era um silêncio danado
Sem farra de mulheres sem cerveja
E ele triste já se sentia esnobado
Vendo na mesa uma torta com cereja
E ele já frustrado e até agoniado
Já disse já tomei minha decisão
Disse o tal Messias determinado
Eu quero ir morar lá com o cãol
Pois meu amigo lá me sinto melhor
É uma questão de simples opinião
Não é preconceito, nem aqui seja pior
Mas lá sei que vou levar um vidão
O capiroto decidido disse, pois bem
O presidente pode ir pro elevador
Já tomei as providências também
Alguém já está a espera do senhor
Fique tranquilo, logo meu assessor
Fará o que lhe convém presidente
O Boçal Naro disse amém com vigor
Já pensando no sucesso em mente
Irritado pois aquele seria o seu regresso
Para origem, para o quinto do inferno
Lá o Messias a tudo teria acesso
Lá também seria o seu lar eterno
E assim que do elevador ele desceu
Numa euforia numa imensa alegria
Espantado, algo estranho percebeu
Sentiu logo uma perturbadora agonia
E aí desapareceu a porta do elevador
E o desgraçado do tal governante
Viu fogo e tortura, deu logo uma amargura
Era um cenário sombrio e horripilante
Nesta mesma hora ia passando o cão
Sem dó, deu nele uma forte chicotada
Impiedosamente botou ele no chão
Com sarcasmo sorrindo em gargalhada
Um capeta remexendo um caldeirão
Aborrecido, empurrou nele um ferrão
Deixando a testa ferida e um rouxidão
E o presidente? Ele ficou puto da vida
Atordoado ele disse: rapaz sou eu
Quando cheguei você me tratou bem
Sou o presidente, você se esqueceu?
Cadê aquele nosso belo harém?
Acho que eu peguei o bonde errado
Ou o cabra da peste se atrapalhou
Num erro gravíssimo eu fui ferrado
E para cá o ajudante me mandou
Alguém aqui deve ter se enganado
Jogando truco ou golfe e fumando
Meu lugar predileto é no gramado
Eu nada estou aqui lhe cobrando
E olha que foi você quem ofereceu!
Prometeu que eu sairia ganhando
E o uísque? Cerveja? Se esqueceu?
Eu claro, devo está apenas delirando
E o capiroto morrendo de tanto rir
Disse-lhe senhor seja bem vindo
Lamento eu não vou poder cumprir
Nem tudo o que estás me pedindo
Quando esteve aqui naquela ocasião
Não era outra coisa senão política
Então não me leve a mal meu irmão
A situação aqui está muito crítica
Por favor excelência não leve a mal
Aqui também se vive de enganação
Como fazia você foi campanha eleitoral
E neste caso eu ganhei a eleição