Da Feiúra
Dizem que beleza não põe mesa, mas abre portas. Já a feiúra tem que espancar ou, quiçá, arrombar a porta, se quiser entrar. A feiúra não é em si um problema, o problema é ter consciência dela.
Da Feiúra
Ao perceberem o quão nasci torto e feio
As rugas decidiram, em sentido oposto,
Já que não caberia mais feiura no meio,
Reduzir-me um pouco a feiura do rosto
Mas que bobagem, feiura só aumenta
Não bastasse, veio-me ainda a calvície
Cabelos migraram para orelha e venta
O tempo enrugou-me toda a superfície
Quase nada restou daquele jovem viril
Que na tenra idade era só o que tinha
E para ficar pior, tornou-se agora senil
Além de ter de dormir com a velhinha.