SONETO?

Poeta eu nunca fui, sou ré confessa.

E a conta de um soneto nunca é exata.

Que eu faça algum poema é só cascata...

Gracejo que eu encaixo aqui, na pressa.

Somando ou dividindo, a letra engessa.

Multiplicado, então, ô coisa ingrata!

De tudo subtraio a minha pata...

Ainda mais se a arte for impressa.

Rigor de alguma técnica me apressa

A agir como quem nega ser artista

e afirmar nem ter um compromisso.

Não quero parecer uma promessa.

É isso, eu só permito alguma pista.

Depois no emaranhado eu aterrisso.

ANA MARIA GAZZANEO
Enviado por ANA MARIA GAZZANEO em 17/04/2021
Reeditado em 17/04/2021
Código do texto: T7234489
Classificação de conteúdo: seguro