SONETO?
Poeta eu nunca fui, sou ré confessa.
E a conta de um soneto nunca é exata.
Que eu faça algum poema é só cascata...
Gracejo que eu encaixo aqui, na pressa.
Somando ou dividindo, a letra engessa.
Multiplicado, então, ô coisa ingrata!
De tudo subtraio a minha pata...
Ainda mais se a arte for impressa.
Rigor de alguma técnica me apressa
A agir como quem nega ser artista
e afirmar nem ter um compromisso.
Não quero parecer uma promessa.
É isso, eu só permito alguma pista.
Depois no emaranhado eu aterrisso.