Canção de Cordel
Nas noites brejeiras
Que só o sertão da de ver
Os mistérios guardados
Do velho sacy Pererê .
Mula sem cabeça
Passa trotando garbosa
No chão seco toda prosa
Muleque sem dente treme
Destas modinhas contadas
Pela véia senhora do zoião
Nas noites enluaradas.
Inté madrinha do chico leiteiro
Um dia contou das feituras
Das noites quentes do barreiro
Quandu ja viu lobisomem
Correndo atrás do Zé barbeiro.
Onça pintada largou ninhada
Cheia de medo a coitada
Dos uivos do lobisomem
Na beira do Riachão
Corria com tanto medo
Que o rabo limpava o chão.
E assim fica contada as historias
do velho sertão neste mar de xique-xique
Quem quiser fica de olho
quem não quiser não acredite.