Quando me embriago, vou logo dormir;
Para evitar ficar dizendo muita besteira.
Para, no outro dia não ter que desmentir,
As verdades que eu falei na bebedeira.
Se você tem segredo não fale para mim
Principalmente quando eu estiver assim.
Pois na sobriedade domina a hipocrisia,
E ninguém fala o que pensa na verdade;
Já com o bêbado toda censura silencia,
E tudo que ele fala é a pura sinceridade.
O problema é que depois do espalhafato
Uma velha amizade sempre paga o pato.
Sei que a bebida é uma grande inimiga,
Que pode acabar comigo cedo ou tarde.
Mas eu só bebo porque gosto de briga,
E quem foge de um inimigo é covarde.
De manhã eu bebo para abrir o apetite
De noite bebo para combater a gastrite.
Um rei prevenido não sai do seu trono
E o bêbado esperto não anda no vento;
O líquido eu bebo e o sólido eu como,
Se o mundo roda eu busco um assento.
Qualquer meio fio me serve de abrigo
O cão me lambe porque é meu amigo.
Dizem que cú de bêbado não tem dono,
Especialmente quando ele dorme na rua;
Por isso quando eu me entrego ao sono,
Deito-me de costas e fico olhando a lua.
Quando saio para beber vou prevenido,
Uso cueca de couro e só durmo vestido.
Mas o verdadeiro escravo é o abstêmio,
Que nunca gozou a liberdade da birita,
Não soube na vida o que é ser boêmio,
Nem cantou no bar sua canção favorita,
Com a voz pastosa e o coração exposto
E, às vezes também, lágrimas no rosto.
E na minha campa não quero inscrição,
Porque o epitáfio na verdade, nada diz;
Só uma frase: minha melhor definição:
Neste túmulo repousa um bêbado feliz.
Foi Winston Churchil que disse assim:
“Tirei do álcool mais que ele de mim.”
instagran @escritorjoão anatalino
Para evitar ficar dizendo muita besteira.
Para, no outro dia não ter que desmentir,
As verdades que eu falei na bebedeira.
Se você tem segredo não fale para mim
Principalmente quando eu estiver assim.
Pois na sobriedade domina a hipocrisia,
E ninguém fala o que pensa na verdade;
Já com o bêbado toda censura silencia,
E tudo que ele fala é a pura sinceridade.
O problema é que depois do espalhafato
Uma velha amizade sempre paga o pato.
Sei que a bebida é uma grande inimiga,
Que pode acabar comigo cedo ou tarde.
Mas eu só bebo porque gosto de briga,
E quem foge de um inimigo é covarde.
De manhã eu bebo para abrir o apetite
De noite bebo para combater a gastrite.
Um rei prevenido não sai do seu trono
E o bêbado esperto não anda no vento;
O líquido eu bebo e o sólido eu como,
Se o mundo roda eu busco um assento.
Qualquer meio fio me serve de abrigo
O cão me lambe porque é meu amigo.
Dizem que cú de bêbado não tem dono,
Especialmente quando ele dorme na rua;
Por isso quando eu me entrego ao sono,
Deito-me de costas e fico olhando a lua.
Quando saio para beber vou prevenido,
Uso cueca de couro e só durmo vestido.
Mas o verdadeiro escravo é o abstêmio,
Que nunca gozou a liberdade da birita,
Não soube na vida o que é ser boêmio,
Nem cantou no bar sua canção favorita,
Com a voz pastosa e o coração exposto
E, às vezes também, lágrimas no rosto.
E na minha campa não quero inscrição,
Porque o epitáfio na verdade, nada diz;
Só uma frase: minha melhor definição:
Neste túmulo repousa um bêbado feliz.
Foi Winston Churchil que disse assim:
“Tirei do álcool mais que ele de mim.”
instagran @escritorjoão anatalino