Carapanã Solitário

Mais um dia de apagão na Cidade...

Dentro de casa...Noite silenciosa e calorenta...Quarto escuro.

Luz de velas formando sombras.

Vento da janela aberta...Suave em meu rosto.

Vejo um carapanã solitário...voando baixo e devagar.

Minha Respiração é calma...o silêncio é constante...

E eu...Não consigo dormir.

Pouco depois...porta se abrindo...ouço passos lentos.

Quarto ao lado, talvez...

Luzes de velas oscilantes por baixo da porta...

Barulho na cozinha...alguma coisa cai...um copo quebrando.

Passos rápidos agora e....porta se fechando.

Escrevo a meia luz de velas...estou sentado no chão ao pé da cama.

Olho o relógio...horas passam vagarosamente.

Madrugada fria chegando...A fome bateu!

Um breve bocejo e perto de meu ouvido...passa o carapanã solitário.

Levanto por um momento...saio do quarto meio zonzo.

Caminhando na penumbra...passo pelo corredor em direção a cozinha.

Entro no banheiro em silêncio...privada tranquila!

Alívio conquistado e ao meu redor...outros carapanãs em festa.

Volto até a cozinha...água fria na geladeira desligada.

Passando pelo corredor novamente...apago a vela que estava na sala.

Quarto me esperando...Vou tentar dormir agora!

As horas passaram...já é de manhã, Não posso mais dormir.

Mesmo assim, volto pra cama...fico sentado então e....espero.

O sol surgindo em um novo dia de trabalho depois de uma noite cansativa!

Olho para o travesseiro, consternado...e não querendo rir eu vejo...

...O carapanã solitário morreu.

Carapanã (do tupi [karapa’nã]) é um nome regional brasileiro dado aos mosquitos sugadores de sangue, principalmente na Região Norte do Brasil. São conhecidos em outras unidades federativas do Brasil como muriçoca, pernilongo, sovela ou mosquito-prego. (Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre).

Sétimo Filho
Enviado por Sétimo Filho em 26/11/2020
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