Purê de Sardinha
Sai para trabalhar.
Um pé ficou no caminho,
com o outro, dei de pular.
No coletivo das sete,
meio homem, meio saci,
o pererê se repete.
O aperto é imoral,
não há como se livrar.
Chuva, janelas fechadas,
sudorese, falta de ar
e o nariz queimando no suvaco.
Que dizer de tanta gente assim,
reduzida a purê de sardinha?
Ei-me também aqui, digerido,
metabolizado e expelido pelo transporte!