Purê de Sardinha

Sai para trabalhar.

Um pé ficou no caminho,

com o outro, dei de pular.

No coletivo das sete,

meio homem, meio saci,

o pererê se repete.

O aperto é imoral,

não há como se livrar.

Chuva, janelas fechadas,

sudorese, falta de ar

e o nariz queimando no suvaco.

Que dizer de tanta gente assim,

reduzida a purê de sardinha?

Ei-me também aqui, digerido,

metabolizado e expelido pelo transporte!

Felix Ventura
Enviado por Felix Ventura em 22/10/2007
Código do texto: T705471
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