[Onomatopeia do tombo do poeta]

Teu coração não tem que ter meus olhos?

Por que não me vês?

No meu poema te cerco, inutilmente:

meu poema é bom; quem dera;

falho apavorado as duas mãos: arquitetura bizarrè dèco.

O Deus dos poetas me fez em todas as direções juntas,

um salve-se-quem-puder de versos e costumes!

um quiprocó de causar eco; anarquista! quista quista quista...

Inclinou-me -por assim me achar: um verso livre- a um movimento além da cerca:

[Onomatopeia do tombo do poeta].

Só pra estorvar a poesia eu verso.

Um dia invento um rasgo que separe o soneto, esperem.

Melhor, invento um manifesto!

E gritarei da minha varanda, encachaçado, um Uivo!

E hão de me gritar do andar de cima e baixo: - O QUE SE PASSA? PEGO A PANELA? FORA FASCISTA! VIVA A DEMOCRACIA!

- NÃO! NÃO! hoje apenas dói-me o cotovelo a poesia.