POEMA DA AGLOMERAÇÃO
Ah ! Saudades tenho de ti
minha amada aglomeração !
Quando te via expandir
na tela da minha televisão !
Nós éramos a maioria !
Tu em pleno calor do dia !
O sol ardendo abrasado
e o Maracanã lotado...
És autora da frase; tamos juntos.
Domina tablóides e assuntos !
Há um bafafá na população
Ninguém quer ver aglomeração.
Choras a dor do isolacionismo.
Gritar teu nome é insulto.
Semana passada com cinismo
deram uma surra no tumulto.
Tu que amavas as massas
Corrias nas praças
Admirava o mar
O vôo das garças !
Agora triste tédio
Tua dor não tem remédio !
A lua pranteia tua solidão
Minha amada aglomeração !
Vivias cercada de abraços.
Desfilava na Barra da Tijuca.
Porém , agora vives acoitada
Tão coitada , tão biruta !
Um dia regressarás gloglo, sei
saltarás destes meus versos
vai cantar os teus protestos
uma coisa só te peço:
Falemos de amor
ao sair dos abrigos
e que eu possa abraçar
um milhão de amigos !