O médico do interior
Pra começar é obrigatório:
Não chegar cedo que é pra nós ver chegando!
Que é pra contar pros atrasados que ele veio.
E é bom ele andar logo, que hoje tá cheio!
A secretaria é aquela que todo mundo conhece,
Mora perto da igreja, minha prima, trabalha na quermesse!
O café é fraco vou até tomar outro, você quer?
E esse povo vem agora, de certo la não amanhece.
Dotor bão é aquele que cura de A à Z,
De azia a zumbido ele tem que saber,
escuta o pulmão, os batido do coração,
sabe que remédio amargo é que é bão.
Consulto com ele já faz tempo,
tem bom coração, um semblante sereno, você vai ver,
especula de um tudo não sei pra que saber:
Da família, trabalho, criação, trocamos até receita de pão!
Não demora muito nem de menos,
Conta logo e bem falado sem muito rodeio,
se tá tudo bão ou se o trem tá feio.
Assim você escolhe pagar: o caixão ou a rifa do sorteio.
Não precisa pedir nem bradar,
Nem a pinga nem o pito eu vou deixar,
Tudo meu avô fazia, cem anos ontem faria,
eu, um pouco mais vou passar.
Psiu! Não adianta perguntar o salário...
ele só conta da fazenda e do gado.
E se o médico viajá? Hora que apertar?
já tá combinado, tem o farmacêutico pra consultar.
Se não der jeito...
tem o padre pra encomendar!