O galo Canela
Eu tinha um galo chamado Canela,
O bicho cantava cedinho na minha janela.
O Canela era bem gaguinho,
Ele cantava para todo vizinho.
Só tinha ele no poleiro,
Sentia se o rei do galinheiro.
Num pé tinha só um dedão,
Sua cristã parecia um limão.
O galo era feio e assustado,
Parente de papagaio, não ficava calado.
Todos os dias durante a madrugada,
Ouvia se sua alegre cacarejada.
O animal era tão engraçado,
Ele nunca ficava cansadodo.
Canela espalhava toda terra do canteiro,
Corria atrás das galinhas o tempo inteiro.
No galinheiro a garantia do shoow especial,
As galinhas só tinham que dançar legal.
Para o dono da festa era pura diversão,
Ele era velho, encrenqueiro e fanfarão,
Mas não vendia ele por nenhum tostão.
Assim o galo viveu antes de virar ensopado,
Na panela do vagabundo do meu cunhado.
Meu cunhado nos convidou para o jantar,
O galo estava uma delícia de se apreciar,
Só fomos descobrir aquela triste cena,
Quando achei no meu prato uma pena.
Gritei bem alto para o mundo ouvir,
Este é o Canela e você não pode mentir!
Esperou todos terminarem a refeição,
- Comemos o Canela com arroz e feijão.
- Está reclamando do que irmão?
- O sentimento pelo galo está no coração,
- De barriga cheia te peço perdão.