O galo Canela

Eu tinha um galo chamado Canela,

O bicho cantava cedinho na minha janela.

O Canela era bem gaguinho,

Ele cantava para todo vizinho.

Só tinha ele no poleiro,

Sentia se o rei do galinheiro.

Num pé tinha só um dedão,

Sua cristã parecia um limão.

O galo era feio e assustado,

Parente de papagaio, não ficava calado.

Todos os dias durante a madrugada,

Ouvia se sua alegre cacarejada.

O animal era tão engraçado,

Ele nunca ficava cansadodo.

Canela espalhava toda terra do canteiro,

Corria atrás das galinhas o tempo inteiro.

No galinheiro a garantia do shoow especial,

As galinhas só tinham que dançar legal.

Para o dono da festa era pura diversão,

Ele era velho, encrenqueiro e fanfarão,

Mas não vendia ele por nenhum tostão.

Assim o galo viveu antes de virar ensopado,

Na panela do vagabundo do meu cunhado.

Meu cunhado nos convidou para o jantar,

O galo estava uma delícia de se apreciar,

Só fomos descobrir aquela triste cena,

Quando achei no meu prato uma pena.

Gritei bem alto para o mundo ouvir,

Este é o Canela e você não pode mentir!

Esperou todos terminarem a refeição,

- Comemos o Canela com arroz e feijão.

- Está reclamando do que irmão?

- O sentimento pelo galo está no coração,

- De barriga cheia te peço perdão.

Leila Rodrigues
Enviado por Leila Rodrigues em 04/04/2020
Reeditado em 04/04/2020
Código do texto: T6906375
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