AGOURO

Não temo agouro, presságio

Venha ele de onde vier

Até de pássaro aziago

Como um temido caboré

Sou cético, incrédulo

Das coisas sobrenaturais

De fantasma de outro mundo

De alma penada, largada

De uma imortalidade

Que não tem começo nem fim

Da eternidade

Que não acaba assim

De um mundo sem devaneios

Sem vontades, sem desejos

Sem maldade ou piedade

Sem amor, sem amizade

De um mundo cheio de medos

Ameaças a não mais poder

Uma covardia dos deuses

Só para nos fazer sofrer

Chico Tavora
Enviado por Chico Tavora em 18/03/2020
Código do texto: T6890572
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