A equação

Aquele número se achava perfeito, inteiro e definitivo

Mas veio um "mais" e com ele outro número diferente

Depois apareceu outro para dividir o que já estava unido

Não tinha consciência de qual seria o cociente

Entre parêntesis pensava que estaria tudo resolvido

Mas, olhando além, viu que fazia parte de algo maior

No qual seria irremediavelmente acrescido

Nem a vida inteira para o que antes sabia de cor

Outros parêntesis e números primos que nem conhecia

Por operações matemáticas conectados

Colchetes, Chaves - seu mundo se abria

Era de deixar qualquer matemático pirado

Viu números que ostentavam no ombro, um grau de sua potência,

Que olhando pareciam números sofrendo com o nanismo,

Se achavam elevados cheios de sapiência

Como se reclamassem para si o protagonismo

Conheceu letras que alardeavam ter valor

Pelo menos era isto que diziam

O "X" da questão era outro dos que se achavam superior,

Mas era uma incógnita o que valiam

Ao denominador comum era difícil chegar

Todos queriam ter sua razão

Desconheciam, daquele mundo, o seu lugar

Até descobrirem que eram só parte na equação

Mas finalmente seria conhecido o objetivo

Chegaria o momento em que estaria tudo acabado

Um sinal, esta fronteira do desconhecido

Depois do igual viria o resultado