"JOÃO E O PÉ DE FEIJÃO"
"JOÃO E O PÉ DE FEIJÃO"
"Lá vem o gigante, claudicando de uma perna
Lá vem chegando João, depois de tirar água da cisterna
Um cisco no olho do gigante o faz fechar os dois olhos no exato momento
Em que João trança em suas pernas
Lá vem o verão
Incendiando com seus raios toda a plantação
Lá vem o verão, o sol, João e o gigante
Que ao tropeçar em João
Ao solo se esborracha
O gigante e o João do pé de feijão
Feijão plantado em solo firme
Como os joelhos de João
Ao deparar pela primeira vez com o valentão
Homens de um olho só
A cegueira da alma é não poder enxergar com a leveza e a brisa do vento...
Lá vem o fujão
João e o seu pé de feijão
Fugindo do azougue e do medo deste furioso homenzarrão
João fez o gigante tropeçar nos seus pés
Que desculpa, ele lhe dará então?
João
Feijão e o gigante
Todos à postos no poema
Todos juntos de mãos dadas
Oh, mas veja só
Quanto dilema!
E gigante bonzinho é o escambal
Se quando ele ficar furioso
É João quem vai se dar mal!"
Julio Cesar Mauro