MEU CARRÃO

A moçada já foi tirando um sarro

quando fui descendo do meu carro,

com a maçaneta solta na mão.

Ainda cairam mais na risada

quando a porta, toda enferrujada

foi se espatifando pelo chão...

Mas enquanto fumava um cigarro

ligou sozinho o motor do carro

sem ninguém dentro, engatou a ré.

Para aumentar a minha adrenalina

também disparou sua buzina

por pouco não fico sem meu pé...

Mas fui soltando do para choque

arame farpado, que usava para reboque

consegui contornar aquela situação.

E depois senti-me todo galante

quando segurei no seu volante

e pedi pra eles, que dessem um empurrão...

Esse meu carro, um monte de entulho

ninguém aguentava o seu barulho

era dez vezes pior que um trovão.

O zóio da rapaziada já logo embassa

por tão grande quantia de fumaça

esse carrinho tava parecendo vulcão.

Naquele dia o que foi me ofertado

na mesma horinha foi aceitado

pelo resto do meu tão bonito fuscão.

A rapaziada foram me perguntando

o que eu para casa estava levando

-O que era o carro, dois cabritos e um leitão...

GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 06/10/2007
Reeditado em 08/01/2009
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