Que Confusão!
O Silêncio, A Intuição, O Tempo, A Verdade, A Mentira e Uma Autoridade
O Silêncio volta do espaço
E flagra a Intuição
Pisando na bola
Ela, meio na dela, se enrola
E futuca a multidão
Doidinha pra virar manchete
Fazendo exibição
E fica igual uma marionete
E se mete numa confusão...
Aí o bicho pegou...
- O Silêncio quis saber
- Intuição, com quem você andou?
- No meio das Autoridades, Silêncio
- Responde a Intuição
- O Silêncio que não é bobo...
Fica pensativo
- (A Intuição tá com Mentira)
- E pergunta?
- Desde quando a Mentira é Autoridade?
- A Mentira, ficou vermelha,
E disse: - Eu não sei de nada
- O Silêncio irritado com a Intuição, grita:
- VOCÊ NUNCA ME ESCUTA!
- A Intuição, "pt da vida" com o Silêncio
Solta um palavrão:
- "Essa porra" voltou sem avisar
- A Intuição toda enrolada
Escuta a Verdade cochichar:
- Psiu! Calma, amiga,
Basta de impasse
Deixa a Mentira pra lá...
Não perca sua classe
- E o Tempo só na dele,
Vendo aquele rolê
E aquele bate boca da Intuição
E ela perdida no tempo e no espaço
Descarrega sua fúria no Tempo:
- Passa, vai ficar aí perdido
Vai caçar o que fazer
Você não tem hora marcada
Cai fora, tá esperando o quê?
E não se mete nisso, querido
Você é Tempo perdido!
- O Silêncio cuspindo fogo pelas ventas
Chama a Verdade
- "Cê" sabe alguma coisa, fala Verdade
- A Verdade resmunga: - É que...
- O Silêncio retruca...
- É que... O quê? Verdade?
Fala ou não acredito mais em você...
- Falo sim... É que você, Silêncio,
Anda pensativo demais
Acalma esse coração
Isso não se faz.
- E a Verdade, enfim, abre o bico
E entrega a Intuição:
- Silêncio, a Autoridade
Estava dando uma entrevista
E a Intuição sabia
E queria dar uns palpites
Aí, não dormiu no ponto,
Pegou o cara meio tonto
Falando pelos cotovelos
E pensando que tava cheio de moral
Falando até barbaridade,
E provocando um fogaréu.
A Autoridade caiu de pau
Em cima do povaréu
Culpando a Mentira e a Intuição
Por armar aquele barraco
E acabar com a reunião
... assim começou a confusão.