Andanças
Por este interior de Minas
Conheci muitas meninas.
Pesquisei grandes causos
Chegando tarde e com atrasos.
Conheci o Senhor Vicente
Por muitas vezes no cabelo passa o pente.
Sujeito alto, forte e valente,
Dizia ser o pai do tenente.
Nas noites lindas, de lua cheia,
Saia descalço e sem meia.
Falou-me que no arraial, ao lado,
Muito longe, um bocado,
Tinha um belo casal.
Eram donos do grande cafezal.
Quando namoravam longe e escondido,
O namorado era considerado um bandido.
Para o povo ele era temido.
Da namorada, queria ser o marido.
Sentava o casal debaixo de uma árvore,
Sobre um banco de pedra mármore.
Conversavam quase que a noite toda.
Na época, era a moda.
Contava ele os casos amorosos
Com risos saborosos.
A aventura era o seu limite.
Era considerado da elite.
Um belo dia de lua cheia,
Onde se esgotou toda a sua ideia.
Ele não disse nada,
Somente olhava para a amada.
Ela não tinha nenhum papo
Receava ao lado, um sapo.
Os assuntos acabaram todos
Não falavam nada, nem mesmo dos modos
De descobrirem o amor.
Este, um terror.
O tempo foi passando
E a noite estava ficando.
Uma ideia surge para ela,
Sorriu e apagou a vela.
A luz forte da lua cheia,
No rosto, lhe cobriu como uma teia.
Levantou e disse com a voz meiga,
Tão suave como uma manteiga.
Amor, a lua hoje é cheia.
Sou linda e semelhante a uma sereia.
Hoje, meu amor, está bom para fazer o que?
Ele, rapidamente, respondeu sem saber o porquê.
Em voz alta e forte,
Que se ouvia além norte.
Olhando para cima e não vendo o urubu.
Disse: A noite está boa para caçar tatu.