A Intuição e o Silêncio
Certa vez, olhe só,
A Intuição e o Silêncio de namoro
Os dois num transe louco
E num murmúrio quente de idéias,
Veja só no que deu:
- Eu lhe amo, eu lhe quero meu amor
- Matutava a Intuição
O Silêncio calado... pensando:
- Só quero falar de verdade...
Psiu, que nada! Sou o Silêncio, amiga
- Do Silêncio, a Intuição tudo sabia
E pressentia...
- Você traz a solidão!
- E o Sr Silêncio na euforia, articulava...
- Sacode mais esses lençóis
Por cima e por baixo
De baixo pra cima
Ô Intuição, vá aí se anima
- Esse Silêncio é fogo
- Era o presságio da Intuição
- Ponha um som nesse ambiente
Para tocar suavemente!
- Era a ideia do Silêncio
E a Intuição deu um palpite:
- Lá fora, o bar fechou e a festa acabou
Ouça o silêncio, mas aqui dentro bombou
Vou pedir mais uma bebida pra nós
- Pensou a Intuição em seu folclore:
- Escute aqui, Silêncio, o drink chegou
- Calma, Intuição!
Me deixe, beba sua taça!
- (Resmunga o silêncio)
- Tome logo, Silêncio, aqueça, não "embaça"
- Animados de novo
A Intuição rompe o Silêncio
Com seus murmúrios de amor:
- Beije-me! Agora me abrace,
Tire de vez a timidez, arregace
- A Intuição meio embriagada
Não ouvindo mais o Silêncio
Começou a procurar em vão
O Silêncio feliz voou para o espaço
Sem dar um pitaco, nem outro amasso
Em sua alma gêmea, a Intuição
A Intuição que vive do Silêncio,
Procurando achar uma explicação,
Anda toda perdida e apaixonada,
Aqui no meio da multidão!