Morango da Jacutinga
Francisco Alber Liberato
A cidade era uma felicidade só
Todo mundo comia morango sem dó
O preço era bom e o sabor um amor
Fruta suculenta, apetitosa
Gostosa fruta que acalenta
E a todos a boca esquenta
Num instante um restaurante
Iguaria de puro prazer
Maduro Priapo, bom de papo
Não era casado, mas sim amancebado
Com uma linda cabritinha
Daquelas de parar o trânsito
Interesse ele também tinha
Em degustar morango
E com seu jeito tácito
Doido pra comer uma frutinha
Foi até a banca da Jacutinga
Embora já na hora da xepa
Ele firme e contundente
Com um desejo ardente
Mandou buscar o morango
E na sala surgiu de repente
Rebolando de espartilho vermelho
Um monumento enlouquecedor
E o Priapo armado
No meio da caatinga
Armou salseiro danado
Na casa da Jacutinga
Pense numa vergonha
Uma tremenda baixaria
A mulher trabalhando
E o homem na putaria.