As caveiras
Eram duas caveiras que se amavam
Dançavam Hip Hop ao anoitecer
Ele, um varão de osso
Ela, fina moça dos confins do além
Sorriam seus dentes de louça
Na estação de trem.
Tiveram um casal de filhos
Secos, sem fundilhos
Dose mais atroz
Crivados de osteoporose
E sem ter avós.
Não vinham lá do outro mundo
Pra fazer maldade
Cutucar vodu
Só tinham ambos, olhos fundos
Pernas de bambu.