As lavadeiras
Quando ele aparece
Elas ficam loucas
Se ajoelham como em prece
Se embolam com ele nas roupas
E vão molhando
Dos pés à cabeça
As calcinhas ficam pingando
E elas o esfregam
Em qualquer coisa que umedeça
Brigam e trocam desaforo
Querem pegar de uma vez só
Ele se divide pra dar no couro
Tentando não virar pó
Elas se atordoam com seu perfume
Ele é macio, cabe todinho na mão
E por mais que usem
Mais parece ter volume
E elas passam, apertam, seguram
Se insurgem, esfregam, deliram
E ele passa de mão em mão
Escorrega pelo chão
Dá conta de todas e não medra
Elas são loucas por ele
Se rasgam pra serem dona dele
Querem um pedacinho
Nem que seja pequenininho
Do novo sabão em pedra.
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