Franciscana sem burocracia
quando a noite vier se esconder na janela
PROMETO fechar os olhos
abstrair o amor de vez,
paixão sem til no seu melhor luto.
não retornar ao paraíso, não fumar no quarto.
abrir mão da sede
verbo só no passado, até mais além.
extirpar o salto agulha... os trâmites
descalça para sempre! aleluia em dó menor.
vestido luva e bolero? chá de sumiço!
viver o ritual da perda, o sepultamento.
numa túnica sem caimento algum, sem ordem de despejo.
uma franciscana deliberadamente cega
sem burocracia
longe, bem longe da minha vontade.
na hora da necessidade... suportar a paz
com firmeza da sombra das mãos... ao terço,
até o parapeito da janela.
dependendo da carência da promessa
se a janela for justa demais, inocente demais,
destrambelhada demais, perdida demais.
fecha os olhos também.
eu não vejo outra saída.
até a próxima eternidade...