Mesa Branca
Mesa branca, tábula rasa
Reunião buscando o sobrenatural
Obra prima não sai de graça
Esta vai entrar para o memorial
Vaidade, conhecimento, vontade
De mãos dadas com a concentração
Esperando descer a entidade
O poeta e sua inspiração
Começo a sentir o ar meio estranho
Acho que vai começar a comunicação
Não entendo, parece fanho
Será alguma falha na meditação
Eu sei, não acendi uma vela
Mas insônia e madrugada são perfeitas
Talvez a ponte seja uma pinguela
E a majestade ache meio estreita
Risco versos, aguardando a solução do problema
Na espera de um espírito assumir o controle
Que psicografará um lindo poema
Só espero que não me trole
Porque da última eu esperava um soneto
Fiz todo um ritual de invocação
Mas o sono bagunçou o coreto
Saiu o rabisco e baba de um espírito brincalhão.