O BUQUÊ E SUA LINGUAGEM
Jamais gostei de tia Rosa,
Creio que Papai também...
Demo-lhe um buquê de rosas,
Dissemos " rosas para uma Rosa..."
Ela sorriu e aspirou o aroma floral,
Tinha cheiro de esterco,
Foi eu quem escolheu...
Papai foi advertido por mim,
Mas disse-me:" Levarei estas, são mais baratas!"
Desde pequenino soube ler entrelinhas...
Ela deu um sorriso amarelo
E sua tromba rosada empalideceu,
Teve de ser o que nunca foi, educada
E nos agradeceu .
A sala ficou fedendo a esterco.
A irmã dela, que eu gostava,
Protestou : " Nossa, que cheiro é esse?"
Respondi, "é da rosa !"
Ela me corrigiu, "tia, tia Rosa!"
Com olhar angelical sorri, à Mutley ...