O BUQUÊ E SUA LINGUAGEM

Jamais gostei de tia Rosa,

Creio que Papai também...

Demo-lhe um buquê de rosas,

Dissemos " rosas para uma Rosa..."

Ela sorriu e aspirou o aroma floral,

Tinha cheiro de esterco,

Foi eu quem escolheu...

Papai foi advertido por mim,

Mas disse-me:" Levarei estas, são mais baratas!"

Desde pequenino soube ler entrelinhas...

Ela deu um sorriso amarelo

E sua tromba rosada empalideceu,

Teve de ser o que nunca foi, educada

E nos agradeceu .

A sala ficou fedendo a esterco.

A irmã dela, que eu gostava,

Protestou : " Nossa, que cheiro é esse?"

Respondi, "é da rosa !"

Ela me corrigiu, "tia, tia Rosa!"

Com olhar angelical sorri, à Mutley ...

Camilo Jose de Lima Cabral
Enviado por Camilo Jose de Lima Cabral em 03/11/2018
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