Poeta capitalista

Eu vi um poeta no trem da Central

Vendendo poesias a um real

Poesias lindas para se ler

Poesias feitas pra sobreviver

Ele as lia em pé no vagão

Muitos cansados sem dar atenção

Todos de olho no celular

Dedos dedilhando pra lá e pra cá

O poeta gingava e fazia refrão

Com rimas cambaleando em seu coração

O trem balançava a composição

Jogando o poeta e sua emoção

Baleiros doceiros canetas pipocas

Pentes canivetes giletes sorvetes

Cadernos chinelos salgados e flores

Coisas diversas e diversos sabores

O poeta lendo e relendo seguia

No olhar um brilho e no riso uma alegria

Era assim sua vida era assim o seu dia

Poeta capitalista na democracia

Carlinhos Real
Enviado por Carlinhos Real em 01/11/2018
Código do texto: T6491886
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