Quem me vendeu esses sonhos

Quem me vendeu esses sonhos foi um mal padeiro,

me falou sobre eles desde que eu era pequena,

eu na espectativa, e foram jogados para escanteio.

Pensei, uma vez que experimentasse estaria plena.

Mas os sonhos dos outros não são para o meu paladar,

poderia até provar, mas seria mais do de sempre

todo mundo prova, e há um ou outro que se lembre.

Quem sabe, se eu mesma os fizesse poderiam me agradar.

Preciso de um livro de receitas, enquanto não invento sozinha

há pouco sucesso pra quem pouco se aventura na cozinha.

De novo, Deus me livre o livro do mal padeiro.

de sonhos passados já azedou um lote inteiro.

Prometi não comprar mais nenhum sonho pronto,

porque esse já vem muito melado,

se fossem fresquinhos, marcariam ponto

não só comeria, eu teria me lambuzado.

Tenho trigo, tenho açúcar, tenho tudo, falta instrução,

tomada de decisão

mão na massa, fogo no fogão.

Quem me vendeu esses sonhos

não pode nem me ensinar.

Aprendeu errado, difícil reformular.

O padeiro já nem bota fé no proprio trabalho.

tabuleiro cheio é só mais carta no baralho.

Vive cheio não sei de quê, nem o porquê.

Cheio de outras coisas que não são pra você.

Se encontrá-lo na rua, atravesse!

Invente dieta que apenas começa

Pouco ajuda quem não te esquece.

Finja que não o viu porque tem pressa.

O que não é exatamente mentir,

a pressa vem do tempo perdido,

tentando encontrar o sonho bem sucedido.

se esse puder mesmo existir.

Lívia Helena Rodrigues
Enviado por Lívia Helena Rodrigues em 21/10/2018
Código do texto: T6482695
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