No final da rua
No final da rua
Tem de tudo, um pouquinho.
Tem a venda do José
Onde se compra frango em pé.
Tem um médico
Que só atende o rico.
Encontrar um bar
Precisa suar.
Tem uma cafeteira,
Onde a água é fervida na chaleira.
Tem um pé de ipê
E também uma fofoqueira que tudo vê.
Tem uma vasta praça
Onde as crianças fazem a graça.
No jardim têm árvores e flores
Na madrugada têm muitos horrores.
Tem a casa do João
Grande produtor de feijão.
Tem uma tia
Que somente dorme durante o dia.
Tem uma fonte e um peixe nadando
Foi a obra do Fernando.
Tem um muro e um grande portão
Mas isto não é “bão”,
Pois ali é a terra dos pés juntos
Mais conhecidos como os defuntos.
Estão abertos para quem ir até lá
Entram e saem para cá
Porque não querem ficar lá.