UM CASO DE BAR
Pobre do senhor Afrânio !
Esposa gorda, amante anoréxica...
E ele só possuía tamanho,
Tinha uma mente apoplética.
A esposa lembrava o Zepelim,
Estufado charuto balão de ar.
Comia dezesseis quilos de aipim
Até ficasse pronto o jantar.
A amante chamava-se Amélia,
Achava lindo não ter o que comer !
Da maternidade tirara férias,
Não caberia em si um novo ser.
As linguarudas tudo contaram à dona Inês,
Que, indignada, foi disposta à briga,
Mas caiu de barriga sobre a amante: -
"Não sei se devo contar a vocês...
Esmagou a pobre rapariga
E, furada pelos ossos,voou à linha do horizonte..."