Placar Funerário

Bem cedo quando acordo

Vou ao centro da cidade

Nas paredes eu procuro

Lá esta a novidade.

Passo uma, passo duas

Parece até que é jornal

Missa de ano, mês e dia

No placar, só funeral.

O burburinho na cidade

Ferve num tal de zum, zum, zum

Falam todos, falam debaldes

Da bondade de cada um.

Dia a dia foi camarada

Só traiu a sua amada

De débito ou falsidade

Lembrar é uma maldade.

Nota: Onde moro, existe uma prática de noticiar falecimentos, missas de sétimo dia, mês ou ano de falecimento, fixando nas paredes do centro da cidade um panfleto funerário, o que originou esta poesia,

José Maria Alves Ferreira
Enviado por José Maria Alves Ferreira em 26/08/2018
Código do texto: T6431031
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