LASTIMÁVEL SERENATA

Tarde da noite e o bêbado canta

Numa voz pastosa o seu pastiche.

A homenageada gela-se alvissanta

Ante a serenata do patife.

Pobre jabiraca, digo, donzela,

Princesa acastelada na choupana

E ele, com bafo de mortadela,

Faz a corte prá madama.

Se ao menos cantasse bem

Ou ficasse um pouco muito rico...

Mas não passa de um zé ninguém,

Voa-lhe à cabeça um penico.

Camilo Jose de Lima Cabral
Enviado por Camilo Jose de Lima Cabral em 11/08/2018
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