VOCÊ EM MIM

Outra vez é noite

E você me aparece

É sempre assim

Você chega e sai de mim

Mas não me esquece

Você chega de mansinho

Desperta-me outra vez

Como que uma sina

Você nem imagina

O mau que já me fez

Tento não me mexer

Não te ver, nem te escutar.

Mas meu esforço é em vão

Quando penso que não

Em mim você estar

Eu tento te evitar

E faço isso a qualquer preço

Não te falo meu nome

Não te dou meu telefone

Nem meu endereço

Outra vez é dia

E você desaparece

Como quem não pensa

A sua presença

Não permanece

E assim fico só

Sem motivo e sem razão

Você se foi, em fim,

Mas deixou em mim

Marcas de montão

Meu desejo era te pegar

Apertar em minhas mãos

Em meus braços sem pensar

Amassar, te esfregar

Espatifar-te no chão

Só assim me livraria

Dessa perturbação

Tiraria-lhe da minha vida

Muriçoca atrevida

Zumbindo no meu colchão.