VAI FUNDO...!

Aconteceu numa dessas noites,
Em que eu caminhava a esmo,
Pelas ruas da capital;
Num desses apartamentos,
Situado no nível inferior,
Cuja janela dá de frente,
Para o passeio,
Um casal estava eufórico,
O momento era de intenso élan,
Não se via nada,
A cortina não permitia;
(não que eu tivesse pretensão em ver),
Destarte, não pude evitar de ouvir,
Um clamor feminino;
- Vai... Vai fundo!
Vai fundo “pintão”!
E não pude conter o riso,
Com resposta masculina;
- Ir mais o quê amor!
Não tem mais nada pra ir;
Já foi tudo que eu tenho!
Não dá pra ir mais fundo.
Saí dali com dó do camarada,
E dando uma enorme risada.