Conversa de bêbado

Amigo tão certo

das horas incertas,

quero de ti

estar sempre perto.

Fórmica aberta,

qual peito materno

que sempre recebe

um abraço fraterno,

do amigo que bebe.

Desculpe amigo,

se ontem não vim;

exagerei na bebida

e fiquei tão ruim.

A ressaca danada

me pegou de jeito,

foi cabeça doída

e dor no peito

por não te ver.

Fui deitar cedo,

com a boca seca,

fiquei com sêde,

não pude beber.

E quase morri

quanto falaram

tão mal de ti;

que vão te quebrar,

fazer-te em mármore

qual lápide fria.

Sei, não vou aguentar,

apresso meu fim:

dobro a dose

e quando você cair,

caio contigo sim

em abraço mortal;

uma garrafa de gim

e um suspiro final !

Riva
Enviado por Riva em 29/08/2007
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