Maledicência cordelizada
 
Flores?
Que flores?
As que exibem cores?
perfumes, odores só pra se replicar?
São para esses gulosos:
ariscos pássaros histéricos,
e insetos belicosos
que as vão visitar!
...As árvores?
Mestras em competição:
espalham suas sombras
sobre o próprio irmão!
Ficam sem nesga de sol
que lhes doure as folhas
raquíticas, estéreis,
esmirradas, coitadas!
Vocês não me enganam
com o status de estáticas....
...Ao sabor do vento
que, imprevisível,
sopra violento,
inconsequentemente
ou teima em se ausentar.
Não caio nos truques
de quaisquer olhinhos
perdidos, pedindo
os afagos, carinhos:
cãezinhos, gatinhos
fofinhos intrusos!
Querem pra seu uso
tudo!
Como eu fosse dar...
...E esses risinhos?
É felicidade?
Por que?
Qual o motivo?
Se zilhões de avisos
eu deixei pra lá?
No sórdido mundo
que haja hipocrisia
sigo à revelia
do que vão achar...
Bem que poderia
ser de brincadeira,
falar que é asneira, mas...
Qual é a graça
se eu for contar?