NO COVIL DOS LACRAUS
“O discurso do Bigue Boss”
No tempo dos “violinos”
Havia brio e emoções
Agora só há cretinos
Naquele solar dos leões.
«Há cretinos e javardos
Conspirando entre calhaus,
Só vejo sportingados
Neste covil de lacraus.
Não olham aos benefícios
Que engrandecem o Leão,
Têm argumentos fictícios
Mas não passam de ficção.
Hoje somos os melhores,
Tremem nossos adversários,
E dispensamos os favores
Desse rol de ordinários.
Eu sei que a bola é redonda,
Mas dentro das quatro linhas
Há que fazer uma ronda
Pros mandar para as alminhas.
Por baixo de cada pedra
Há um alfobre de lacraus
Só quero que vão à m….,
Sejam eles bons ou maus.
Não lhes tenho medo nenhum,
Os sócios comigo estão,
Venham eles, um a um,
E … quantos são, quantos são?
Quero todos na Assembleia,
Só há três pontos na agenda,
Ou estão co´ a minha ideia
Ou mando levantar a tenda.
Até, aos feijões, nunca brinco,
E, nem pensem que perderei,
Deitem pra cá “setenta e cinco”,
Com todos eles eu correrei!
Mas, podem ter a certeza,
Se eu perder nesta aposta
Jamais voltarei à mesa
Pra comer o qu´ se não gosta.
Desta água não beberei,
Não é meu feitio dizer “não”
Pois, talvez, um dia voltarei
Como um Dom Sebastião!»
O Bigue Boss falou quente,
Nesta comédia de Alvalade,
Se há lacraus venha a serpente
Para impor a sua vontade.
Nota avulso, às 22:00 horas, no Dragão:
(Daquele “covil de lacraus”
Foram à “toca dos Dragões”
Desceram lá alguns degraus
Aqueles inofensivos Leões!...)
Frassino Machado
In A MUSA DOS ESTÁDIOS