# O BAUNILHA

O baunilha era sim, fã de uns goles

E ultimamente não tem trabalhado,

Pois assim que aparecia um serviço,

não podia ir porque estava encharcado.

Arrumou uma namorada lá do comércio,

certa Gertrudes, uma morena aprumada.

No primeiro encontro bebeu uns uísques,

ela rodou a baiana e deu uma esparramada.

Pegou um dia, um biscate de garçom,

Serviço oportuno só para sua serventia.

Assim muito antes dos nobres convivas,

sem cerimônia a si mesmo se servia.

Foi chamado a ajudar, voluntário, certa tísica.

Caso se apresentasse um instantes de ataque,

não valeu a quê veio, se mostrou imprestável,

Descobriu e consumiu um estoque de conhak.

Certo feita, faltou um sacristão para uma missa,

lançaram mão dele e era pra resolver rapidinho,

enrolou tudo, usou as hóstias como tira-gosto,

Foi no estoque e deixou o padre sem o vinho.

Levou umas multas no fusquinha que tinha,

perdeu a carteira passou a andar de lotaçao,

onde tentou passar uns bilhetes falsificados,

Tomou tremenda surra na Praça da Estaçao.

Mas se achar um que paga ele bebe Pra valer,

Aliás, o Baunilha bebe até chumbo derretido,

Por esses dias está dando folga pro fígado.

tá ruim de bolso e o credito comprometido.