HISTÓRIA DE UMA PAMONHA
Era um ovinho dourado,
Que um dia foi enterrado.
Na terra, ele inchou, inchou,
E em dez dias rebentou.
Não pensem que ele morreu;
Sua casquinha rompeu,
Mas, em vez de um pintinho
Surgiu um broto verdinho.
O broto tanto espichou
Que em planta se transformou
Com folhas muito alongadas
e cortantes como espada;
E tinha, prá se aguentar,
Raiz no chão e no ar.
Depois que a chuva caiu,
Um pendão de flor abriu.
E, um pouquinho mais abaixo,
Uma boneca de cacho…
Um boneca engraçada,
Cabeludinha e barbada.
Mas, assim que ela cresceu,
Chegou alguém e a colheu,
Despiu toda pobrezinha
E ralou-a na cozinha,
E o sangue dourado dela
Pôs, com água, na panela.
Mexeu com colher de pau
E transformou-se em mingau.
Pôs-lhe açúcar, temperou
E no fogo a cozinhou.
E, por fim, deu-lhe uma mortalha
No vestidinho de palha.
A boneca transformou-se
No mais delicioso doce.
Mas agora tem vergonha
De ser chamada pamonha.
Era um ovinho dourado,
Que um dia foi enterrado.
Na terra, ele inchou, inchou,
E em dez dias rebentou.
Não pensem que ele morreu;
Sua casquinha rompeu,
Mas, em vez de um pintinho
Surgiu um broto verdinho.
O broto tanto espichou
Que em planta se transformou
Com folhas muito alongadas
e cortantes como espada;
E tinha, prá se aguentar,
Raiz no chão e no ar.
Depois que a chuva caiu,
Um pendão de flor abriu.
E, um pouquinho mais abaixo,
Uma boneca de cacho…
Um boneca engraçada,
Cabeludinha e barbada.
Mas, assim que ela cresceu,
Chegou alguém e a colheu,
Despiu toda pobrezinha
E ralou-a na cozinha,
E o sangue dourado dela
Pôs, com água, na panela.
Mexeu com colher de pau
E transformou-se em mingau.
Pôs-lhe açúcar, temperou
E no fogo a cozinhou.
E, por fim, deu-lhe uma mortalha
No vestidinho de palha.
A boneca transformou-se
No mais delicioso doce.
Mas agora tem vergonha
De ser chamada pamonha.