O meu eu
O MEU EU
No meio de tudo.
Lá está o meu eu.
No meio da história.
Na matemática: Dividido, subtraído, adicionado, multiplicado, fatorado!
Na química: Dissolvido, invisível, filtrado, transformado, mas nunca aniquilado.
Na física: Em alta velocidade, arremessado, despencando em queda livre, vetores que apontam para todos os lados, meu eu procurando uma direção.
Como chegar lá: De A para B, de B para C e aí vai, e aí vou.
Lá está o meu eu, cada questão uma vitória, mesmo sem vencer, cada obstáculo a certeza de seguir adiante.
E lá estou eu, em meio àquilo tudo.
Nas letras, nas frases, nos parágrafos, nas interrogações, minhas , suas, de todos!
No mundo entre os trópicos, no alto, ou nas profundezas. Abissal. Profundo como a sintonia entre o corpo e a alma.
Mergulhado nos líquidos, viajando pelos órgãos, visitando as células, encarando frente a frente o DNA, atravessando os neurônios como se fossem pontes para chegar aos extremos do organismo.
Invadindo impérios, desvendando sonhos, refazendo a história, participando dela, lá está o meu eu, e eu mergulhado nos mundos que se foram , mas que deixaram marcas que formaram o meu eu.
Tantas viagens, tantas descobertas e tantos lugares aos quais nunca cheguei, palavras que nunca ouvi, fenômenos físicos e climáticos que me desafiam, números, funções , gráficos, elementos que como uma bola de futebol age, às vezes driblando meu eu, incansável, indefensável, enfim, dúvidas, descaminhos, incertezas, lá está o meu eu, imperfeito no entanto lutador incansável.
Lá está o meu eu, dentro da prova. Caminharei por ela, viajarei, de dúvida em dúvida, eloquente, direi a mim mesmo:
Vou imergir, e só voltarei a tona quando disser a mim mesmo:
Missão cumprida. Eis meu eu.
Transformei em respostas tudo que havia dentro de mim.