QUEM ESPERA, ÀS VEZES ACHA
QUEM ESPERA, ÀS VEZES ACHA...
Jorge Linhaça
Hei de esperar a tua volta,
sentada ao pé do alpendre
quem sabe a luz se reacende
e o olor do amor se recende
em meio à tu'alma revolta
Quiçá às plúmbeas nuvens
possa Éolo pr'além afastar
e ao ora encapelado mar
Posseidom venha acalmar
e afastar de ti os queixumes.
Mais num se ademore meu amado
pois um dia a fila tem di andá
i quando as caimbra mi apertá
di tanto eu ali, sentada, ti isperá,
podi aparecê um moço bem sarado
módi vim querê mi massageá.
Ai ocê sabe que eu me aderreto,
inda que seja pensando nas mão tua,
mai vai mi sunbindo um calô na prua
qui quando eu vejo o corpu já sua
i ai azar seu! o mal ja tá feito.