Quebra
Sou um fanático das correntes,
com uma simpatia volátil e inconsequente.
Basta que eu sinta a ausência de parentes,
saio em busca de novas almas para enfiar meus dentes.
Fujam todos os desgostosos,
os amargos e os azedos!
Pois minha carência hoje é de filósofos,
e não de ovelhas e bezerros...
Minha emboscada não se arma sozinha,
sem ajuda da curiosidade, a vítima não irá sair da linha,
se fugir, jamais volta, saindo por aí falando abobrinha,
mas se cair, como saberia? você não é adivinha...
A corrente assim é atada,
Não as crio para serem quebradas,
mas durante o fluxo, posso tomar muita porrada,
e um reles deslize, faz a vítima ser libertada.
Quando a vejo se libertar,
com suas risadas ácidas a me debochar,
puxo forte minha corrente, tentando me desvencilhar,
mas ela apenas se estica, fazendo a vítima sangrar.
O sangue sai púrpura brilhante,
e o grito deveras excitante,
Mas o tesão acaba quando me dou conta há sempre mais de um vigilante.
retorno assim, a minha antiga vida, de um demônio repugnante.