IDA AO SEX SHOP

Foram três meses de dura preparação

Para criar coragem e apimentar nossa relação.

Não queria que ela soubesse, e por isso,

Fiz tudo escondido, olhei sites e artigos.

Liguei, pesquisei, até pensei em fazer

O pedido pela internet, mas queria a prova teste.

Enfim, tomei atitude, em plenitude, liguei e marquei

Com a atendente daquele que mais me agradei.

Na cabeça do tímido estava resolvido: “Sou fodão.”

Mas quanto mais perto do sex shop chegava,

Mais frio eu suava, o coração por um fio

De tão acelerado. Fui forte, não desisti,

Entrei. Primeiro contato, relação agradável,

O coração desacelerou, comprei o que queria,

E o papo depois dos assuntos e apetrechos de putaria,

Voltou morbidamente para a calmaria do dia a dia.

Fui-me embora, a direção apontada por uma constelação de falos

E vaginas de plástico que prometiam uma performance agradável.

À noite veio me preparei todo para a surpresa dela,

Porém quando viu as velas, óleos, algemas e fivelas,

Ela saiu correndo de medo, escândalo e pânico.

Minha amada revelou-se mais ordinária que o papo do sex shop.