A Amoreira
Meu nome é Miro...
A Meri mora mais eu.
Não mais namoro a Meire...
Mas amora me comprometeu.
Calça de linho marrom,
Camisa branca no tom...
Do leite.
Sapato bege e grená,
Um chapéu Panamá...
De enfeite.
Dei um beijo em Meri,
Avisei: Não me espere...
Acordada.
Com as mãos nas cadeiras,
Ela um tanto cabreira...
Mas já não devo nada!
Hoje sou flor que se cheire,
A tal nega Meire...
É coisa do passado.
Só vou ali à seresta,
Pra ficar de boresta...
Petisco e chopp gelado.
Bailei a noite inteira,
Quando pedi a saideira...
Sol já ardia tal brasa.
Na cabeça uma baderna,
Daí trocando as pernas...
Tomei o rumo de casa.
Me escondi da soleira,
À sombra duma amoreira...
Que vi no caminho.
Se mentiroso é quem jura,
Não caiu amora madura...
É batom no colarinho.